O Projeto “Viralizando o Nordeste” é idealizado por Léo Duarte e tem como proposta percorrer, de carro, os nove estados nordestinos (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Piauí), apresentando a região e a sabedoria do seu povo e sua importância histórica e cultural, por meio das tecnologias da comunicação.
O material (textos, fotos e vídeos), coletado e produzido durante a viagem, será disponibilizado através da rede mundial de computadores e suas plataformas em formato de matérias, entrevistas, palestras, vlogs, E-book’s, livro e documentário. Bem como o resultado de Oficinas para Produção de Conteúdo Digital (fotografia, vídeo, textos, ilustrações) e utilização das redes sociais (Facebook, Instagram, YouTube, Twitter, Whatsapp, Telegram e das plataformas Youcut, Shotcut, Canva, Pixlr, Remove BG e Wix), como meio de protagonizar ativismo social, que serão ministradas nos territórios.
Léo Duarte é nordestino de Juazeiro do Norte, Ceará, fotógrafo, educador social, trabalha com criação de conteúdo, é designer, ilustrador e sócio da Revista Acuma é? Força Nordestina, além de compor o Grupo de Comunicação do Grito dos Excluídos e Excluídas. É membro da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos de Criança e Adolescentes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana.
Trabalhou como freelance para os jornais Folha de São Paulo e Valor Econômico, fazendo algumas fotos também para a revista Quem e o site UOL. Fez o ensaio fotográfico do grupo de rap Racionais MC’S para a revista Trip e tem foto de sua autoria publicada no livro “Brasil Bom de Bola”, lançado pela Editora Ponto e Meio.
Atuou atendendo crianças, adolescentes e famílias no Projeto Meninos e Meninas de Rua. Ministrou oficinas de audiovisual na Fundação Criança e na Secretaria de Cultura de São Bernardo do Campo. Foi membro do Conselho Tutelar neste município, por oito anos; do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua. Criou o Núcleo de Comunicação Marginal e a Frente Nacional Contra a Redução da Idade Penal e dirigiu o documentário "Minha Casa, Uma Luta!"
Apoio:
Objetivo Geral
O Nordeste do nosso país sempre foi divulgado como um local de pobreza, seca, violência e outros problemas de ordem socioeconômica. É verdade que o abandono e o desprezo governamental submeteram a região a desafios e muito sofrimento. No entanto, também é verdade que muitos valores e conquistas do povo nordestino foram minimizados e tratados com irrelevância e de forma pejorativa por parte da sociedade.
Romper com essas ideias preconceituosas e contribuir com a promoção da cultura, da beleza natural e o desenvolvimento político, social e econômico do Nordeste é a proposta desse projeto que pretende registrar, “catalogar” e publicizar a pujança desse povo por meio de matérias, entrevistas, palestras, oficinas, vlogs, E-book’s, livro e documentário. As paisagens magníficas, a culinária, o turismo, personagens “anonimados/as” que fazem da região exemplo de coragem, alegria, trabalho e sucesso. Bem como, documentar experiências criativas e exitosas de combate à seca, fome, desemprego e segregação regional, a beleza da sua arquitetura, festejos, danças, música, manifestações populares, artes, literatura, culinária, entre outros.
Contribuir para o processo de democratização e acesso das mídias digitais, liberdade de expressão e informação, consagrada em textos constitucionais, buscando condições para que as comunidades envolvidas no projeto, via oficinas de produção, possam exercer seus direitos civis, sociais, religiosos e políticos, por meio da comunicação digital. Na perspectiva de fortalecer, difundir a cultura e as tradições do povo nordestino em suas diversas linguagens.
Objetivos específicos
- Contribuir para o fortalecimento da autoestima do povo nordestino;
- Contribuir com o combate ao preconceito e a xenofobia contra nordestinas e nordestinos;
- Contribuir com a divulgação e difusão da cultura e tradições populares da população do Nordeste através da rede mundial de computadores e suas plataformas;
- Possibilitar a todo o país e ao mundo o acesso às expressões culturais e artísticas da população nordestina;
- Socializar conhecimentos e sabedorias.
- Ampliar o repertório de expressões artístico-culturais;
- Inclusão digital;
- Formação de coletivos para produção de conteúdo digital sobre os territórios;
- Possibilitar o acesso de produções às plataformas de produção de conteúdos digitais;
- Difusão das ações locais por meio das redes sociais.
Justificativa
A Região Nordeste que abriga uma riqueza em biodiversidade, uma fauna diversificada e um bioma exclusivamente brasileiro é também o território que sofre com longos períodos de estiagem e secas extremas, característicos do clima semiárido. Por essa razão, seu povo precisou desenvolver mecanismos de sobrevivência, em razão da pouca disponibilidade de água.
Historicamente, o povo nordestino carrega em sua essência, como características mais fortes, as expressões culturais tradicionais: o Artesanato - redes tecidas, rendas, produtos de couro, cerâmica, madeira -, a Literatura de Cordel, o Bumba meu Boi, Capoeira, Reisado, Coco, Frevo, Maracatu, Marujada... Outra referência que se destaca na identidade do/a nordestino/a são suas crenças e ritos - Candomblé, Afoxé, Festa de Iemanjá, Lavagem do Bonfim e Romarias.
Arquitetonicamente, a região apresenta forte influência portuguesa, sobretudo nos centros urbanos, porém o Nordeste conta ainda com casas de taipa, construções oriundas da mistura de saberes e técnicas dos povos originários e africanos.
Economicamente, embora as primeiras explorações no Brasil tenham sua origem no Nordeste, principalmente por meio da extração do pau-brasil e do cultivo da cana-de-açúcar, tornando-o a região mais rica do país até a metade do século XVIII, conflitos políticos forçaram seu povo a migrar para outros territórios. Sendo que os/as que ousaram resistir tiveram que usar muita criatividade para sobreviver, quer através da caça, plantio, pesca e, mais tarde, do turismo.
Do ponto de vista da força e resistência, o Nordeste brasileiro foi e continua sendo palco de conflitos, em sua grande maioria, causados pela ação de coronéis, “proprietários” de latifúndios improdutivos, que tentavam e tentam impor ao povo sertanejo condições de trabalho escravo. Mas também foi e é cenário de revoltas, lutas, vitórias e conquistas significativas.
Desta forma, podemos afirmar que a maior característica do Nordeste e do seu povo é a resiliência, que se expressa, sobretudo, no crescimento econômico, político, cultural e social da região nas últimas décadas e ao longo de sua história.
Considerando esse cenário histórico e social do Nordeste, o projeto “Viralizando o Nordeste” quer, por meio das tecnologias da comunicação, divulgar a sabedoria e criatividade do povo nordestino, registrando suas trajetórias de vida, experiências exitosas econômicas no campo e na cidade, iniciativas culturais, religiosas, sociais, assim como suas belezas naturais e seu patrimônio material e imaterial. Sendo que parte desse material será construído com a participação dos próprios moradores dos territórios, através de oficinas de produção de conteúdo digital e utilização das redes sociais, a partir do cotidiano, na perspectiva da criação de coletivos de comunicação para divulgação das ações locais.
Público alvo
Esse projeto tem como público alvo a população nordestina das quatro sub-regiões: meio-norte, zona da mata, agreste e sertão, que através de sua resiliência e criatividade sobrevive às adversidades do clima seco da região semiárida, mas que desfruta da umidade dos brejos e se banha nas águas salgadas de um vasto litoral.
Vamos socializar saberes, registrar e divulgar as atividades e histórias vividas e contadas pelas pessoas que exercem protagonismo no extrativismo vegetal, na agricultura familiar, no cultivo doméstico da cana de açúcar, do milho, feijão, café, arroz, flores, fumo, cacau e outras frutas; da extração artesanal do sal; da produção têxtil; da confecção artesanal de utilitários e decorativos da argila, madeira, sisal e outras matérias naturais; da pecuária (corte/leiteira) e lavoura de subsistência. Que faz da música, das tradições culturais locais e outras formas de artes seu modo de vida e que tem como lida o ativismo social.
Comunidades do campo e da cidade, extrativistas, pescadores artesanais, quebradeiras de coco de babaçu, ribeirinhos, Povos do Cerrado, da Caatinga, do Sertão, de Terreiros, quilombolas, indígenas, ciganos de ocupações e assentamentos. É através dessas criaturas criadoras e nesse cenário vasto de diversidades, somado com a alegria e criatividade de sua existência, que pretendemos repercutir a arte de vida, ecoar a sonoridade do canto, exercitar a força da inteligência, beber da esperança do seu ativismo e compartilhar as cores de um povo diverso de sentimentos alados.
Metodologia